quinta-feira, 25 de julho de 2013

Não viva de aparências, pois elas mudam


Não causa nenhum estranhamento considerar que a Alma Amiga goste de ser apreciada, estimada, reconhecida, admirada até. Nas relações cotidianas, ocorre uma espécie de validação de importância da pessoa, de acordo com a impressão que esta tem do como o outro a percebe, e que resposta – na comunicação corporal, nas palavras, p. ex. – o outro oferece durante uma interação.  É nutritivo esse modo de se reconhecer, a partir do outro? Vejamos...

Ser amado, admirado, respeitado, é gostoso, agradável? Sim, é muito bom sentir-se apreciado. Maaas... há algo mais gostoso do que ser amado, apreciado, querido: amar, apreciar, reconhecer, admirar.  

Tem mais? Com toda certeza! Ainda melhor é se amar, reconhecer-se estimável, se admirar, sentir-se em paz com sua própria existência.

E neste último aspecto da percepção de quem somos , encontra-se o segredo do carisma: independer da impressão que temos de como o outro nos vê para que  nos sintamos importantes, merecedores de afeto e estima.

Considere o seguinte: se você não se sentir totalmente bem com quem você é agora, acabará assumindo papéis, aparências para provocar atração, estima. E eu pergunto: quem é você? A aparência, o papel, a personagem ou você mesmo, integralmente?

É preciso dar muita atenção a este aspecto, pois as aparências mudam, assim como os papéis e suas representações. Não viva de aparências... elas mudam. É o momento da escolha:


  • Você escolher ser quem você é e apreciar suas características, se estimar, aprender a se amar;
  • Você, em lado diametralmente oposto à escolha anterior, optar por ser quem você acha que agradará os que te rodeiam, torcendo para que te amem, respeitem e estimem.
Se você optou pela segunda, leve em conta o risco de comprometer sua espontaneidade, de ocultar sua essência, e, o pior: de ser apreciado não por quem verdadeiramente você é, mas sim por quem você constrói a fim de colher afetos. Sua autoestima permanecerá frágil, e você – por condicionar sua autopercepção à percepção que você acha que os outros têm de você – será um “escravo” do gosto alheio.

Se você optou pela primeira escolha, é momento de você olhar para si próprio com carinho, aprendendo e reaprendendo a identificar suas qualidades, características, gostos, predileções, seu jeito de ser único e especial. Este é o reaprendizado sobre espontaneidade e autoestima.

O outro é importante, sem dúvida! Mas o que o outro pensa não pode ser fonte de alimento básico para que você perceba o quanto você é merecedor de afeto. Antes de apreciar o que o outro comunica direta ou indiretamente, treine apreciar-se.

Além disso, se estimar verdadeiramente como quem você é não implica em se acomodar sob suas características e se fechar para a mudança e a auto superação.  O que muda é a motivação para que você se aperfeiçoe: você precisa partir do “eu já gosto muito de mim, e por isso mesmo quero aprender a me relacionar melhor, me comunicar melhor, aprimorar minhas qualidades, lapidar meus “defeitos”, afinal, valho tanto à pena que quero investir em meu progresso como ser único que sou!”

Lembre-se que quem não anda à busca de aplausos, não teme vaias. Lembre-se que tudo começa em como você se vê e como se sente a seu próprio respeito: ame-se. A seguir, aprecie, estime, reconheça qualidades no outro, incondicionalmente.

Quanto mais você gostar de você com independência, mais você se sentirá livre e seguro para se relacionar com o outro. E esta liberdade proporcionada pelo amor próprio incondicionado, resultará em deliciosa leveza e segurança. Amar-se a si mesmo te qualifica para amar o outro verdadeiramente. 

E convenhamos: é muito melhor ser apreciado por quem a gente é do que por quem a gente quer que o outro pense que somos, não acha?

Liberte-se desses condicionamentos: vamos zelar por sua autoestima e por sua autoimagem. Relações verdadeiramente nutritivas resultam de espontânea e livre vocação para conviver.

Eu já gosto muito de você! E você, já gosta muito de você?

Segurança, tranquilidade, relações nutritivas e livres? Autoestima!


Um afetuoso abraço, do seu amigo Lucius Augustus, In.

6 comentários :

  1. Linda mensagem, importante desenvolver a automática e o amor incondicional por nós mesmos, para termos relações mais saudáveis conosco e com os outros, sem cobranças de aceitação, de inclusão. :-)

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  2. Realmente a autoestima é um fator fundamental para a nossa vida. Já escrevi mais de uma vez sobre isto no meu blog, inclusive sobre as máscaras que usamos, exatamente pelo motivo que você cita tão bem no texto: a vontade de agradar aos outros.
    Parabéns pelo texto e abraços

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  3. Olá.
    Belo texto.
    Postagem divulgada no Portal Teia.
    Até mais

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  4. Já estava sentindo falta dos teus textos! Estas reflexões me fazem muito bem! Obrigada!

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  5. Boa noite, caro Lucius

    Suas palavras são sempre muito oportunas.
    Eu gostei muito da sua maneira de abordar a autoestima. Para a Psicologia, autoestima está muito relacionada à Autoconceito, o conceito que temos sobre nós mesmos. O que pensamos sobre nós influencia se gostamos ou nos sentimos à vontade conosco mesmos ou não.
    É muito bom receber afeto de outros, sem dúvida. Mas os outros, como nós, têm opiniões divergentes. Gastamos muitas vezes energia de mais em conciliar opiniões de terceiros sobre a nossa própria vida e esta tarefa ingrata nunca consegue atender a todos, então sempre alguém sai perdendo.
    Mas certamente nós perdemos mais que qualquer um. Perdemos a nós mesmos. Às vezes até esquecemos quem somos, o que queremos.
    Ser íntegro, dizer o que pensa, dizer não, dar de ombros aos aplausos como você sugeriu é desafiador. Fomos treinados desde pequenos a receber "festinha" quando nos comportamos direito e "palmadas" ou "ralhos" quando não atendemos a expectativas dos outros.
    Autoestima tem a ver com reconhecer quem somos e respeitar quem somos. Não respeitamos o que desconhecemos nem o que não valorizamos.
    Eu percebo um outro aspecto ainda. Quando "fingimos" opiniões e maneiras de ser atraímos pessoas que se interessam por esta farça e muitas vezes não têm a oportunidade de nos conhecer de verdade. Então como esperar que esses outros estejam conosco se a "isca" de aproximação, por assim dizer, foi irreal?
    Quando somos autênticos atraímos pessoas mais dispostas a viver de modo íntegro e por isso sabem respeitar melhor nossas singularidades (por que se sentem à vontade para expressar as suas).
    Então vamos nesse aprendizado de nos tornar cada vez mais inteiros...

    Carinhoso abraço,

    Ana

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  6. Saudações amigo Lúcius Augusto !

    Parabéns pelo maravilhoso e precioso texto que nos traz "ferramentas" para desenvolver o "Auto-Conhecimento " .
    Gostaríamos de partilhar em nosso Blog com os devidos créditos , pode ser?
    Desde já agradecemos a atenção e o carinho !

    Abraços Iluminados!

    Muito Além !

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